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Frutas X diabetes: mitos e verdades
Publicado em 15/09/2025 09:47
Saúde & Ciências

O consumo de frutas ainda gera dúvidas entre pessoas com diabetes. Especialistas explicam como incluir esses alimentos sem medo e revelam por que equilíbrio é a palavra-chave.

 

Quando o assunto é diabetes, poucas questões geram tanta confusão quanto o consumo de frutas. Por serem naturalmente doces, muitas vezes são vistas como inimigas da glicemia, mas especialistas garantem: não é preciso abrir mão delas. O que importa é saber escolher, combinar e, principalmente, fracionar as porções ao longo do dia.

 

Com quase 17 milhões de brasileiros vivendo com diabetes, segundo a International Diabetes Federation, entender o papel das frutas no controle da doença é fundamental. A boa notícia é que, ao contrário do que se pensa, elas são aliadas da saúde, desde que consumidas com consciência.

 

Doce não é sinônimo de glicose alta

O sabor adocicado de uma fruta não reflete necessariamente seu impacto na glicemia. “Enquanto frutas doces podem ter baixo índice glicêmico, o pão branco, que não tem sabor doce, eleva a glicose de forma acentuada”, explica a nutricionista Amanda Araújo, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

 

O índice glicêmico (IG) mede o quanto um alimento pode elevar a glicose em até duas horas após o consumo. Já a carga glicêmica (CG) considera a porção ingerida. Um exemplo clássico é a melancia: apesar do IG alto, sua carga glicêmica é baixa, desde que consumida em fatia média. O problema surge quando o consumo é excessivo, o que pode alterar a glicemia.

 

Como e quando consumir frutas

A recomendação geral é incluir de 3 a 4 porções de frutas por dia, de forma fracionada. “Uma porção média tem cerca de 15g de carboidratos. Se a pessoa come três frutas de uma vez, já soma 45g, o que pode ultrapassar a quantidade ideal para aquela refeição”, alerta a nutricionista Conceição Chaves, também da SBD. Por isso, os lanches intermediários são ótimos momentos para inserir frutas.

 

Outro mito comum é retirar do cardápio frutas que parecem elevar a glicemia. Segundo Amanda, elas podem, na verdade, ser usadas de forma estratégica: “Se uma fruta impacta mais sobre a sua glicemia, ela pode ser consumida antes da prática de atividade física, em vez de ser excluída do plano alimentar”.

 

Sucos, fibras e prevenção de doenças

Se a fruta in natura é bem-vinda, os sucos exigem cautela. Um copo de suco de laranja preparado com quatro unidades, por exemplo, pode chegar a 60g de açúcar — quantidade suficiente para elevar rapidamente a glicemia, embora possa ser útil em casos de hipoglicemia. Para o dia a dia, a recomendação é dar preferência às frutas com casca e bagaço, que oferecem fibras, ajudam na saciedade e reduzem o impacto glicêmico.

 

Ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes, as frutas também atuam na proteção cardiovascular e no combate a radicais livres. Pesquisas internacionais, como o Pan-European Study, já demonstraram que dietas com baixo índice e carga glicêmica estão associadas a menor risco de doenças crônicas.

 

Mais do que retirar alimentos do prato, o desafio de quem tem diabetes é aprender a usá-los de forma inteligente. As frutas, longe de vilãs, são parte essencial de uma alimentação saudável e equilibrada. Quando consumidas nas quantidades adequadas, em horários distribuídos ao longo do dia e, de preferência, em sua forma natural, elas não apenas ajudam a controlar a glicemia, mas também contribuem para a prevenção de complicações e para o bem-estar geral.

 

(Foto: Divulgação)

Fonte: acritica.com

 

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