A pobreza menstrual leva mulheres ao uso íntimo de objetos como papel higiênico, jornais, papelão, roupas velhas e até miolo de pão no lugar de absorvente.
O programa Dignidade Menstrual, instituído em 2023, pelo governo federal, é atacado em diferentes ambientes sociais, em especial naqueles cujos participantes estão situados entre a classe média alta e ricos. São homens e mulheres com as necessidades básicas e desejos atendidos, cresceram e se tornaram jovens e adultos sem conhecer a realidade das privações por que passam milhares de brasileiros nas diferentes regiões.
No Dia Internacional da Dignidade Menstrual, 28 de maio, criado por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos aspectos a exigir mais iniciativa é o de promover a compreensão sobre a importância acesso básico a produtos de higiene adequados por mulheres adolescentes, jovens e adultas que menstruam.
O posicionamento da opinião pública em favor do programa Dignidade Menstrual é também a defesa dos direitos humanos fundamentais a esse grupo de mulheres e questionamentos sobre a elevada concentração de renda no Brasil e a consequência dela – profunda desigualdade socioeconômica. São 4 milhões de meninas brasileiras sem acesso ao absorvente.
A dimensão da dignidade menstrual, eixo no qual o programa se firma e a OMS acentua, abarca a saúde pública, a educação, a cidadania e a autoestima. Há milhares de pessoas que menstruam sem acesso a absorventes. A pobreza menstrual leva mulheres ao uso íntimo de objetos como papel higiênico, jornais, papelão, roupas velhas e até miolo de pão no lugar de absorvente.
Do início da distribuição, em janeiro de 2024, o Programa Dignidade Menstrual já beneficiou 1.737.061 mulheres, meninas e outras pessoas que menstruam (dados da EBC). Monitoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra o Nordeste onde foi registrado o maior número de beneficiadas, com um total de 1.077.465, sendo a Bahia o estado com o maior número de atendidas (210.639), seguido pelo Ceará, com 206.055 mulheres atendidas.
A região Sudeste vem em segundo lugar, com 416.148. E os estados tiveram mais procura pelo programa foram São Paulo, com 166.132 meninas e mulheres atendidas, e Rio de Janeiro, com 149.738. É no Sudeste que está a maior rede de farmácias populares do país, 14.834 no total.
O Programa Dignidade Menstrual tem por finalidade combater a “pobreza menstrual”, que se caracteriza quando meninas, mulheres e outras pessoas que menstruam não dispõem de recursos financeiros para adquirir absorventes.
A falta de acesso a esse produto produz uma série de mal-estar, constrangimentos e adoecimentos de meninas e jovens. Sensação de insegurança em lugares públicos, ausência na escola e ou no trabalho são outros sintomas provocados por essa condição.
(Foto: Agência Brasil)
Fonte: acritica.com