Após a base do prefeito ter usado o pedido de vistas para impedir que a oposição adiasse a votação da Reforma da Previdência, feita na última quarta-feira (5), agora os vereadores de oposição que protocolam pedidos para impedir o avanço dos projetos do Executivo. A sessão plenária desta quarta-feira (12) foi marcada por embates entre o líder do prefeito, Eduardo Alfaia (Avante) e Rodrigo Guedes (PP).
Após Guedes protocolar diversos pedidos de vistas consecutivos, o líder do prefeito o acusa de atrasar os trabalhos.
“O vereador está fazendo um pedido de vistas meramente protelatório, causando um grande risco em retardar a aprovação dessa matéria a todos os servidores públicos. Estamos aqui com essa lamentável birra e atrasando essa matéria importante, pois essa matéria trata do auxílio doença dos servidores municipais”. Eduardo Alfaia.
O vereador Rodrigo Guedes apresentou mais de cinco pedidos de vistas durante a sessão plenária. Segundo ele, os pedidos seriam retirados caso o líder do prefeito comprovasse o horário em que foram protocolados os pedidos de vistas da base de David Almeida (Avante) na votação da Reforma da Previdência.
Na ocasião, os apoiadores do prefeito utilizaram todos os pedidos de vistas para que os vereadores de oposição não conseguissem impedir o andamento e aprovação do projeto.
“Não tem hora esse pedido de vistas. Isso mostra que foi colocado após o pedido de vistas do vereador Zé Ricardo. Portanto, toda aquela votação de quarta-feira foi nula e iremos à Justiça”, disse Guedes.
A Mesa Diretora pediu que a sessão continuasse e que as questões de ordem fossem respeitadas. Mas isso não foi o suficiente para evitar a desordem e discussões da Casa. Em seguida, os vereadores apontaram que a presidência, que está sendo comandada por Jander Lobato (PSD), estava dificultando a fala ao desligar os microfones.
O vereador Paulo Tyrone foi um dos que se irritou por não conseguir utilizar o microfone, que apresentava falhas ou estava desligado durante a reunião. Ele pediu à Mesa Diretora que garantisse o direito de fala a todos os parlamentares. “Se os microfones ficarem desligados, vamos ter que ficar gritando até para pedir a questão de ordem”.
Em resposta, Jander disse que o microfone havia sido desligado para manter a ordem da Casa durante os debates. “Se vossa excelência acionar o microfone e ele não acender, o senhor poderá utilizar o tablet para solicitar a fala. Ninguém será tolhido. A Mesa vai analisar e verificar se vai acatar”.
O vereador Dione Carvalho (Agir) também se irritou durante a sessão, ao tentar falar de um caso de uma criança que precisava da ajuda dos vereadores para tratamento médico. “Presidente, se não fosse eu ficar aqui falando, novamente o senhor não ia ver”.
O vereador Gilmar Nascimento (Avante) explicou que agora os microfones estão desligados para evitar que alguns vereadores atrapalhem a fala dos outros. “Os microfones sempre ficaram desligados, daqui para trás sempre foi. Há pouco tempo ficaram abertos, mas o que a mesa verificou foi que às vezes o vereador está falando e vem outro e fala. E vira aquele tumultuo”.
(Foto: Divulgação CMM)
Fonte: Emile de Souza/acritica.com