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Acidentes domésticos matam 1 milhão de crianças por ano no mundo, alerta estudo
Publicado em 19/09/2025 09:19
Manaus & Municípios

No Brasil, atendimentos ambulatoriais com vítimas de 0 a 9 anos cresceram 21% em julho de 2024; especialistas destacam prevenção e supervisão como medidas essenciais.

 

Segundo a Safe Kids Worldwide, em todo o mundo cerca de 1 milhão de crianças perdem a vida anualmente devido a acidentes domésticos. O cenário nacional também preocupa. Dados do Ministério da Saúde mostram que, apenas em julho de 2024, os atendimentos ambulatoriais destes casos com crianças de 0 a 9 anos aumentaram 21% em relação a 2023, passando de 5.679 para 7.746 casos. Entre 2023 e 2024, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) registrou 1.548 mortes de crianças por esse tipo de ocorrência, principalmente por sufocação, afogamento e quedas.

 

Para Isabela Pires, pediatrada Afya Educação Médica em Brasília, esses números são alarmantes. “Ambientes considerados seguros podem representar sérios riscos para as crianças. Felizmente, muitos acidentes podem - e devem - ser evitados com atitudes simples e a atenção constante dos responsáveis. Um ponto fundamental é que sempre deve haver um adulto específico olhando aquela criança. Não basta achar que todos estão de olho”, reforça.

 

A especialista também enfatiza que os riscos variam conforme a idade. Em bebês de até 8 meses, por exemplo, são mais comuns sufocação em lençois, cobertores e objetos no berço. Crianças que começam a engatinhar correm risco de afogamento em baldes, quedas de móveis e choques elétricos. Já a partir dos 3 anos, surgem os perigos ligados à cozinha, atropelamentos e até acidentes com armas de fogo em áreas de risco. “À medida que a criança cresce, os acidentes se tornam mais complexos, mas a necessidade de supervisão não diminui”, completa Isabela.

 

A Dra. Cíntia Johnston, coordenadora deTerapia Intensiva Pediátrica e Neonatal da Afya, destaca que os acidentes domésticos mais comuns são quedas, queimaduras, intoxicações, engasgos, afogamentos e cortes. Cada um exige um procedimento específico, mas, em todos, a calma é essencial.

 

“Em quedas, é preciso observar a consciência e a movimentação. Em afogamentos, retirar da água, checar respiração e iniciar RCP se necessário. Quando falamos em queimaduras, resfriar a área com água corrente e nunca aplicar pomadas, e, em casos de engasgos, incentivar a tosse ou realizar a manobra de Heimlich”, detalha a profissional. A especialista complementa que situações como perda de consciência, convulsões, dificuldade respiratória, sangramento intenso, queimaduras graves ou engasgo não resolvido exigem pronto-socorro imediato. 

 

As especialistas reforçam medidas práticas que reduzem drasticamente os riscos:

Instalar grades de proteção em janelas e escadas.

Usar protetores de tomadas e manter fios elétricos fora do alcance.

Guardar produtos de limpeza e medicamentos em armários altos, trancados e fora de vista.

Na cozinha, cozinhar com os cabos das panelas voltados para dentro do fogão e nunca segurar a criança no colo enquanto prepara alimentos.

Manter baldes, banheiras e piscinas sempre tampados e jamais deixar a criança sozinha nesses ambientes, nem por segundos.

Oferecer brinquedos adequados à faixa etária e evitar alimentos de risco para engasgo em menores de 5 anos, como uvas inteiras, pipoca e castanhas.

Capacitar pais e cuidadores em técnicas básicas de primeiros socorros.

 

A maior parte dos acidentes domésticos pode ser evitada com supervisão constante e pequenas adaptações no ambiente. Nesse sentido, a adoção regular de práticas preventivas deve ser encarada como parte essencial do cuidado. “É tão importante quanto vacinar ou alimentar adequadamente os pequenos”, finaliza Dra Isabela.

 

(Foto: Divulgação)

Fonte: acritica.com

 

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