Ferramenta digital desenvolvida pelo Einstein Hospital Israelita, com apoio da MSD para Mães, será testada em cinco estados e tem o Amazonas como participante por seu alto índice de mortalidade materna
O Amazonas foi um dos cinco estados brasileiros escolhidos para participar da fase piloto do aplicativo Guia Obstétrico, iniciativa do Einstein Hospital Israelita em parceria com o programa global MSD para Mães. A ferramenta digital gratuita tem como objetivo apoiar profissionais de saúde, gestantes e puérperas na redução de complicações e mortes maternas, por meio de conteúdo educativo e suporte à tomada de decisão clínica.
Segundo a coordenadora de Projetos e Desenvolvimento de Programas do Einstein, Lívia Pedrilio, o estado foi selecionado a partir de um edital público com critérios técnicos específicos, entre eles a razão de mortalidade materna superior à meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (30 mortes para cada 100 mil nascidos vivos), número absoluto elevado de óbitos e o interesse da Secretaria Estadual de Saúde (SES-AM) em aderir à proposta.
O Amazonas atendeu a todos os critérios e acreditamos, junto com a equipe técnica da saúde da mulher da SES-AM, que o projeto poderá contribuir significativamente para melhorias locais”, destacou.
Etapas no Amazonas
A fase de implementação do projeto no estado terá duração de sete meses, com início previsto para novembro de 2025. O cronograma inclui um encontro presencial com facilitadores indicados pelas Secretarias de Saúde estadual e municipais, além de seis sessões virtuais mensais com foco na aplicação prática do aplicativo e na mentoria de projetos voltados à redução de complicações graves, como hemorragias e pré-eclâmpsia.
Durante esse período, profissionais da saúde e pacientes terão acesso à versão inicial do aplicativo, que contém informações validadas cientificamente sobre temas como sinais de alerta, diabetes gestacional, depressão pós-parto e cuidados com populações vulneráveis, como gestantes LGBTQIAPN+. A ferramenta também funcionará como instrumento de capacitação das equipes de saúde locais.
Interior também será contemplado
O projeto prevê ainda a atuação em municípios mais distantes da capital, respeitando a complexidade logística da região.
“A seleção dos serviços será feita em conjunto com a SES-AM e os municípios participantes, incluindo unidades em cidades mais remotas”, afirma Lívia. Ao fim da primeira etapa, será possível avaliar os resultados e considerar a ampliação para outros territórios do estado.
Dados preocupantes
Segundo o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, embora o Brasil tenha registrado queda no número de mortes entre 2023 e 2024, cerca de 90% dos casos ainda são considerados evitáveis. No Amazonas, a razão média de mortes maternas nos últimos quatro anos é superior a 75 por 100 mil nascidos vivos, mais que o dobro da meta estipulada.
"Com a implementação do aplicativo e o fortalecimento da rede de atenção à saúde da mulher, a expectativa é que o projeto represente um avanço importante para a saúde pública no estado e uma nova ferramenta na luta contra a mortalidade materna", concluiu Lívia Pedrilio.
A ferramenta digital gratuita tem como objetivo apoiar profissionais de saúde, gestantes e puérperas na redução de complicações e mortes maternas, por meio de conteúdo educativo e suporte à tomada de decisão clínica
(Foto: Divulgação)
Fonte: acritica.com