A celebração, que neste ano teve como tema “Eucaristia: Pão da Esperança”, começou com uma missa às 16h30, na Praça do Congresso.
Cerca de 60 mil fiéis tomaram as ruas do Centro de Manaus na tarde desta quinta-feira (19) durante as celebrações de Corpus Christi. A estimativa de público, divulgada pelos organizadores, foi informada pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM), que acompanhou todo o trajeto do evento. O número supera a expectativa inicial da Arquidiocese, que aguardava cerca de 50 mil pessoas.
A celebração, que neste ano teve como tema “Eucaristia: Pão da Esperança”, começou com uma missa às 16h30, na Praça do Congresso. Em seguida, os fiéis seguiram em procissão em um trajeto que percorreu a Avenida Eduardo Ribeiro, Rua 10 de Julho, Avenida Joaquim Nabuco e Avenida Tarumã, até o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, onde a celebração foi encerrada.
Em sua homilia, o arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, destacou que a celebração é um chamado à partilha e à solidariedade, inspirado na multiplicação dos pães e dos peixes.
"O pouco pode ser uma bênção. Quando se reparte, quando se doa, se torna muito. Nós vimos isso na pandemia, quando partilhamos o pouco que tínhamos e ninguém precisou passar fome. A Eucaristia nos ensina isso: não termos medo de dividir, de partilhar, de doar. Jesus se dá a nós no pão e no vinho, e nos convida a também sermos bênção na vida dos outros, levando o pão da esperança, o dom da fé e do amor", refletiu.
Steiner também fez referência aos 50 anos do Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Manaus, destacando a importância desse marco para a história da fé na capital amazonense. Ele ainda relembrou a figura de São José, padroeiro das famílias e, segundo ele, “aquele que cuidou do pão da esperança”.

Cerca de 60 mil fiéis católicos compareceram na procissão e missa (Foto: Junio Matos/AC)
"Queremos ser como São José, que cuidou do pão da esperança. Que também nós sejamos pais e mães desse pão, levando esperança, solidariedade e amor a todos", concluiu.
Fé que atravessa gerações
Entre os milhares de fiéis, estava a manauara Suzete Maria dos Santos, de 72 anos, que participa da procissão desde a adolescência. Suzete cresceu no bairro da Praça 14, próximo ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, e afirma que, desde a juventude, frequenta as atividades da igreja.
"Sempre que estou em Manaus, faço questão de participar. Hoje, mesmo com algumas limitações, estou aqui, porque Corpus Christi não é só um feriado, é um dia santo muito especial. É quando celebramos o corpo e o sangue de Cristo, que deixou essa celebração para nos fortalecer na caminhada da fé", contou.
O farmacêutico manauara Fabrício Rolim, de 35 anos, participa da celebração desde 2012 e destacou que a data tem um significado profundo em sua vida espiritual. Ele conta que o início da sua caminhada foi incentivado pela catequista Tânia, que plantou a semente da fé em seu coração.
"É a maior prova de amor que o Senhor deixou para nós aqui na Terra. O seu corpo e o seu sangue nos alimentam espiritualmente e nos ajudam a permanecer na caminhada. A minha catequista representa a providência de Deus na minha vida", disse.

Esse ano a celebração trouxe a eucaristia como tema de reflexão (Foto: Junio Matos/AC)
Ao lado dele, a contadora manauara Jeanne Figueira, de 59 anos, reforçou que participar da missa e da procissão é viver de forma concreta o mistério da Eucaristia.
"É a certeza de que Jesus permanece conosco. Hoje, ao recebermos a Eucaristia, é essa união viva com Cristo que celebramos", destacou.
Ambos fazem parte da Comunidade Católica Shalom e trilham um caminho de consagração, com votos de pobreza, castidade e obediência. "É um caminho para a santidade, uma entrega total a Deus", completou Fabrício.
Organização e segurança
Para garantir a segurança dos participantes, a Polícia Militar, o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (Immu) e o Corpo de Bombeiros acompanharam todo o trajeto. Algumas ruas foram interditadas desde as primeiras horas do dia e ao longo da tarde para a passagem dos fiéis.
O Immu informou, ainda na terça-feira (17), a interdição da Avenida Eduardo Ribeiro, das 6h às 22h, para a celebração de Corpus Christi. O instituto orientou que os motoristas usassem rotas alternativas, como as ruas Saldanha Marinho e 24 de Maio. O órgão também garantiu a atuação de agentes, com viaturas, motos e postos fixos, para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito.
(Foto: Junio Matos/AC)
Fonte: Amariles Gama